Quando ouço alguém dizer que 2020 foi o pior ano das nossas vidas - há quem diga que foi o pior ano de sempre - fico com urticária. Sem ir muito longe na História, lembro-me do que passou a geração dos meus pais. Nasceu na miséria do pós-guerra, viveu décadas na pobreza e na ausência de liberdade e ainda sofreu com a guerra colonial.
Esta noção faz-me atreito à emoção quando escuto canções sobre a guerra colonial. Acontece-me com a Queixa das Almas Jovens Censuradas, poema de Natália Correia interpretado por José Mário Branco. Mas também sucede com Fotos do Fogo, que hoje recupero, nesta versão magnífica, no dia em que somos deixados por Carlos do Carmo.