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11 janeiro 2021

Diário de campanha: a saúde de todos e a saúde da democracia



A saúde entrou em força no segundo dia de campanha. A saúde de todos, o contributo directo de um candidato para a saúde geral e a própria saúde da democracia.

Comecemos por Vitorino Silva. Sem ideias estratégicas para o sector da Saúde, o candidato optou por aquilo que faz melhor: partiu da própria experiência para tirar conclusões gerais. Começou o dia a doar sangue. Enquanto isso, outros dois candidatos defenderam que, em tempo de pandemia, é altura de fornecer oxigénio aos cuidados de saúde. Ana Gomes pugnou pela requisição civil de meios privados, acusando Marcelo de ter desequilibrado a negociação em prejuízo do Estado. João Ferreira considerou que os privados tentam pôr-se ao fresco nos momentos mais quentes da luta contra a covid-19. A ministra da Saúde, Marta Temido, não está em campanha, mas também se pronunciou sobre o assunto, admitindo a requisição civil, prevista na Lei de Bases da Saúde e no decreto do estado de emergência.

Marisa Matias, que nos debates foi a voz mais audível em defesa do Serviço Nacional de Saúde, escolheu hoje outro dos seus temas dilectos, a valorização dos cuidadores informais. Mas a bloquista também esteve no centro da saúde. Neste caso da saúde da democracia. Tudo porque foi alvo de uma campanha de assédio informático. Os apoiantes - contas reais, contas fictícias e contas assim-assim - de André Ventura disseminaram uma fotografia de uma moçoila com as mamas ao léu, pescada em páginas de pornografia, e garantiram tratar-se de Marisa Matias. A mentira tem a perna mais curta do que as mamocas mostradas na imagem e a tramóia foi rapidamente desmontada. Só que, mais uma vez, a natureza desprezível da extrema-direita ficou em pelota. Ainda por cima é pouco original, recorre à mentira e... anuncia que os resultados de umas eleições que ainda não se realizaram talvez não sejam de fiar. Onde já vimos e ouvimos isto?

Algo nunca visto é um candidato recusar-se a fazer campanha. Tem sido essa a postura de Marcelo Rebelo de Sousa. É certo que 5 anos de campanha diária nas televisões é coisa para cansar, mas não fica bem ao candidato, que é também titular do cargo, desprezar desta forma a democracia. Não é algo que dê muita saúde ao nosso sistema político. Já Tiago Mayan Gonçalves foi coerente. Nos debates não conseguiu desenvolver ideias nem conceitos, apenas disparou frases soltas, que poderiam muito bem ser palavras de ordem de um cartaz. Vai daí, hoje inaugurou um cartaz.

Amanhã há mais. Saúde para todos!

Conto: Três cadáveres e algumas canções

Três cadáveres e algumas canções O corpo exibia-se, imóvel e ostensivo, com a serenidade de todos os cadáveres resultantes de um suicídio....